Há um vínculo intrínseco, vital mesmo, entre Pensamento e Vida, na medida em que o pensamento se recusa o papel de legislador e se furta a prática de emitir juízos sobre a vida e enquadrá-la nos esquemas da razão, mas, ao contrário, procura traçar novas zonas de possibilidades; novos modos de vida; novas maneiras de amar, de sentir e de desejar; em suma, produzir novas formas de pensar. Quando Deleuze e Guattari empreendem a tarefa de “Como construir para si um Corpo sem Órgãos?”, era dessa conjunção entre Pensamento e Vida que eles estavam falando, da construção de novas possibilidades de vida.

Mas, para isso, é preciso um mergulho vertiginoso do pensamento nas profundidades do próprio pensamento e explorar seus labirintos, com a condição de deixar de fora o fio de Ariadne, como já dizia Nietzsche, de forma que se crie um novo olhar sobre a vida; que ele funcione como óculos para enxergar o mundo, tal como nos falava Proust a cerca de como ele queria que os seus leitores encarassem os seus livros. Essa é a proposta desse site; provocar, instigar, retirar o pensamento da zona de conforto a que lhe foi destinado, posto a serviço dos baixos instintos e deixado a reboque do espírito utilitário.